Sobre
Oi, sou a Bia e aqui no Das palavras eu transcrevo o que leio do mundo.
Tenho 23 anos, sou formada em Engenharia Ambiental e sou apaixonada por arte, especialmente pela arte das palavras. Foi a vontade de compartilhar meu amor pelos livros que me levou a criar, aos 12 anos, um blog sobre minhas leituras, que me permitiu começar a jornada de reconhecer a minha voz diante das coisas que me interessavam e descobrir uma necessidade inquietante de escrever. Desde então, cresci, adquiri responsabilidades e precisei dividir meu tempo em prioridades, os relacionamentos, a faculdade, os livros, as descobertas da pessoa em que estou me tornando. Mas a necessidade de escrever permaneceu, e mantive esse blog, hoje Das palavras, apesar de as tendências da internet terem mudado tanto desde 2010.
Este será sempre um trecho importante da minha história, e espero que seja, para quem venha a ler, canal de diálogos e de novos olhares. Espero, antes de tudo, lidar com as palavras que me atravessam.
A palavra, aos poucos, nomeando, como Adão o fez, o que antes era apenas visto, o que se atinha ao inominável, a palavra incendiando, com seu signo-fogo, sua fala-faísca, a folha ressecada da verdade, a palavra é que põe o som na cítara, a suavidade na seda, a palavra, filha, engravida o solo árido, irriga a boca de saliva, embora ela, só ela, a palavra, nada signifique se solitária, tanto quanto nós, ela só move mundos se outras a acompanham, uma conta colorida ganha um tom inesperado de outras, uma de cada lado, são acrescidas ao fio do colar, mas a palavra, Bia, chegará o tempo em que tu entenderás, também pode dizer o que ela mesmo cala, e afirmar o que literalmente nega, sob a superfície das palavras, encadeadas em série num comentário, os sentidos são arrastados como troncos num rio, engolfam-se, turvam, e por vezes, em milagre, reluzem. - João Anzanello Carrascoza em Caderno de um ausente.